30 maio 2006

USP tem maior banco cerebral do mundo

Quem passa em frente à sala de número 1.351 da Faculdade de Medicina da USP de São Paulo nem imagina que está diante do maior banco cerebral do mundo. Ali, 1.800 cérebros de pessoas acima de 50 anos, sadias e doentes, ajudam os cientistas a entender o processo de envelhecimento e as doenças neurodegenerativas que são associadas ao órgão.
Bancos estrangeiros mais velhos reúnem coleções menores. O da Holanda levou 20 anos para juntar mil cérebros. O de Harvard (EUA), com 28 anos, possui cerca de 1.200 cérebros.
Já o banco brasileiro teve início há dois anos, ganhou área própria duas semanas atrás e não pára de crescer. Recebe cem cérebros a cada dois meses --média que alguns bancos estrangeiros obtêm por ano.
A generosa oferta é motivada pela alta taxa de autópsias feitas em São Paulo, o equivalente a 45% das mortes. Em outros países, o índice não ultrapassa 10%. O SVO (Serviço de Verificação de Óbitos) faz 14 mil autópsias anuais --60% delas em pessoas acima de 50 anos.
O estudo de cérebros permite que os pesquisadores rastreiem as alterações cerebrais provocadas por doenças e, futuramente, vai possibilitar diagnósticos mais precoces e tratamentos mais eficazes.
De acordo com a patologista Lea Grinberg, coordenadora do Projeto de Envelhecimento Cerebral --ao qual o banco está ligado--, a idade avançada traz modificações estruturais no cérebro não necessariamente acompanhadas de sintomas.
"É difícil saber quais as alterações decorrentes do próprio processo de envelhecimento natural e quais são as motivadas por doenças e, portanto, passíveis de tratamento."
Grinberg explica que, para descobrir o que ocorre no cérebro doente, quais proteínas estão se acumulando e quais funções são perdidas em diferentes níveis, é preciso compará-lo com o cérebro de indivíduos sadios, que têm a mesma idade e as mesmas características.
Segundo o geriatra do Hospital das Clínicas José Marcelo Farfel, um dos coordenadores do banco, 30% dos cérebros doados, de pessoas sem sintomas de perda de memória, já tinham algum comprometimento. Estima-se que o início das doenças de Alzheimer e de Parkinson aconteça 15 anos antes de os primeiros sinais clínicos se manifestarem.
Farfel conta que países que estudam demências colecionam cérebros mais velhos e doentes. "São órgãos de pacientes que, na hora da morte, já apresentavam a doença em estágio avançado, tornando a freqüência de casos de controle insuficiente para comparação."
No projeto brasileiro, Farfel diz que já foram observados casos de pessoas que apresentavam indícios de Alzheimer, segundo familiares, mas nos cérebros não foram encontradas alterações que justificassem a suspeita. Outras vezes são achadas alterações cerebrais, mas o responsável pelo paciente não relata comportamento que sugerisse a doença.

Fonte: Folha Online

29 maio 2006

Nunca desista

“Certa vez, Winston Churchill, primeiro-ministro da Inglaterra e grande herói de guerra, foi convidado a dar uma palestra para um grupo de formandos, entitulada 'O segredo do Sucesso'. Famoso Por sua fluência verbal, todos esperavam um discurso longo e cansativo. Ao ser chamado, porém, Churchill simplesmente levantou-se, dirigiu-se ao microfone e deu sua receita de sucesso: 'Nunca desista. Nunca, nunca, nunca.' E logo em seguida, sentou-se. Após um breve instante de surpresa, a platéia irrompeu em aplausos entusiasmada, compreendendo a profundidade daquele ensinamento: 'Nunca desista, nunca, nunca, nunca'."
Aí, amigo, faço minhas as oportunas palavras de Churchill: Nunca desista. Nunca, nunca, nunca!!! Valorize a sua existência...

25 maio 2006

Avicena anuncia resultados da experimentação da fase III ALS

ALS-02 demonstra a tendência positiva do Mortality
PALO ALTO, Califórnia, maio 9 /PRNewswire-FirstCall/ -- O Avicena Grupo, Inc. (placa de boletim de OTC: AVGO) (Avicena), um colaborador da novela produtos pharmaceutical e therapeutic, resultados hoje anunciados de uma experimentação da fase III de seu candidato da droga, ALS-02, para o tratamento do sclerosis de lateral amyotrophic (doença de ALS ou de Lou Gehrig). Os dados do estudo não mostraram nenhuma diferença estatìstica significativa entre ALS-02 (cinco gramas por o dia) e placebo no que diz respeito aos endpoints preliminares e secundários do estudo (várias medidas da força de músculo, da fatiga do músculo e de contagens funcionais). Entretanto, em uma análise separada quando os dados do mortality foram combinados e analisados com dados do mortality de um segundo estudo de ALS-02 conduzido previamente pelo Consortium do nordeste ALS (NEALS), a análise demonstrou uma tendência positiva para o mortality diminuído nos assuntos que recebem ALS-02. O composto é encontrado também para ser seguro e bom tolerado por pacientes. “Nós estamos muito interessados mais mais em explorar esta tendência para mortality diminuído, “disse Belinda Tsao-Nivaggioli, Ph.D., oficial executivo principal de Avicena. “Nós pretendemos explorar se estes findings podem se esperar impactar o trajeto regulatory restante para o composto.” Em uma análise separada, os investigators estão combinando atualmente dados em todas as medidas do resultado da experimentação recentemente terminada da fase III, conduzida por Jeffrey Rosenfeld, M.D., Ph.D., diretor do centro de Carolinas ALS, com os dados da experimentação previamente terminada da fase II de ALS-02, conduzida por Jeremy Shefner, M.D. e conduzida por NEALS. Uma análise detalhada do meta está sendo planeada também combinar dados de todas as experimentações formais em que ALS-02 foi usado como um agente therapeutic experimental em ALS. Em cima da conclusão da análise do meta, Avicena pretende discutir os findings, including a tendência do mortality, com a administração do alimento e da droga de Estados Unidos (FDA) a fim determinar as etapas seguintes apropriadas do desenvolvimento para ALS-02. “Nós somos esperançosos que junto com o FDA nós identificamos um trajeto desobstruído para introduzir no mercado para ALS-02,” Dr. indicado Tsao-Nivaggioli. “É importante anotar que o um tratamento atualmente aprovado para os pacientes que sofrem de ALS oferece somente limitado, benefício a curto prazo da sobrevivência e não demonstrou o benefício com respeito às medidas da força de músculo e da função neurological.” Adicionalmente, nos estudos precedentes conduzidos em outras condições neurodegenerative tais como a doença de Huntington, os dados sugerem que o therapeutics creatine-baseado proprietário de Avicena pode ser significativamente mais efficacious em doses mais elevados, sem causar um aumento em efeitos adversos. Como esta', o Dr. Allitia DiBernardo e o consortium de NEALS, com Avicena, estão planeando presentemente um estudo do dose-escalation de ALS-02, que está sendo projetado determinar o dosage optimal do tratamento dentro da população do paciente de ALS. O estudo da fase III de Avicena de ALS-02 era um multi-center, experimentação double-blind, placebo-controlada, randomized projetada avaliar a segurança e o efficacy do composto em um dose de cinco gramas por o dia por nove meses. A experimentação foi suportada pelos institutos nacionais do centro nacional da saúde para a medicina complementar e alternativa. ALS-02 é um therapeutic proprietário que incorpore um formulário ultra-puro, clínico do creatine. O composto foi concedido a designação orphan da droga por FDA em 2002. SOBRE ALS O Sclerosis de lateral de Amyotrophic (ALS), sabido também como de “a doença Lou Gehrig,” é uma doença neurodegenerative progressiva que ataquem os neurônios do motor do cérebro e o cabo spinal que são responsáveis para o movimento voluntário do músculo. Como este motor os neurônios degenerate, sua abilidade de emitir impulsos às fibras do músculo são comprometidos. Há aproximadamente 30.000 indivíduos que sofrem de ALS nos Estados Unidos a qualquer altura. Não há presentemente nenhuma cura sabida para ALS. SOBRE AVICENA Baseado em Palo Alto, o CA, Avicena é uma companhia da biotecnologia que procure desenvolver e commercialize os produtos therapeutic que regulam os processos críticos da energia que ocorrem dentro das pilhas humanas. O foco de Avicena está no desenvolvimento dos produtos pharmaceutical para tratar pacientes com as doenças raras (drogas orphan), as well as produtos dermaceutical e nutraceutical. Para datar, a companhia avançou candidatos clínicos para o tratamento do sclerosis de lateral amyotrophic (doença de ALS ou de Lou Gehrig) no desenvolvimento da fase III e o tratamento da doença de Huntington (HD) no desenvolvimento da fase II. Terminando o desenvolvimento da fase II, a companhia está considerando agora uma experimentação da fase III para seu tratamento de Doença de Parkinson. PORTO SEGURO Esta liberação pode conter para diante-olhar indicações dentro do meaning das leis de seguranças federais. Tais indicações para diante-olhando refletem, entre outras coisas, expectativas atuais da gerência, plantas e estratégias, e resultados financeiros antecipados, que são sujeitos aos riscos, às incertezas e aos fatores sabidos e desconhecidos que podem fazer com que nossos resultados reais difiram materialmente daqueles expressados ou implicados por estas indicações para diante-olhando. Muitos destes riscos são além de nossa abilidade de controlar ou predizer. Ver de “fatores risco” na companhia prospectus e relatório anual para uma discussão de tais riscos, including a necessidade da companhia para fundos adicionais, a dependência da companhia em um número limitado de compostos therapeutic, o estado adiantado dos produtos que a companhia se está tornando, incertezas que relacionam-se às experimentações clínicas e revisões regulatory, competição e dependência em sócios collaborative, a abilidade da companhia evitar o infringement das direitas de patente de outras, e a abilidade da companhia de obter a proteção adequada da patente e de reforçar estas direitas. Por causa destes riscos, incertezas e suposições, você não deve colocar o reliance impróprio nestas indicações para diante-olhando. Além disso, para diante-olhando as indicações falam somente até à data da data onde são feitas. Avicena não empreende nenhuma obrigação atualizar ou rever uma informação para diante-olhando, se em conseqüência da informação nova, eventos futuros ou de outra maneira.

Contact: Vida Communication (on behalf of Avicena) Stephanie Diaz (investors) Tim Brons (media) 415-675-7400 415-675-7402 sdiaz@vidacommunication.com tbrons@vidacommunication.com
Fonte: http://www.pharmalive.com/
Tradução: http://translate.google.com/translate_t

24 maio 2006

ALSA junta a parceria financiando para permitir que os povos com ALS participem na caça nova para Genes de ALS

Roberta Friedman, Ph.D.
Coordenador da informação do departamento da pesquisa de ALSA.
Em um esforço cooperativo que prometesse alvos novos para o therapeutics eficaz para o sclerosis de lateral amyotrophic (ALS), a associação de ALS (ALSA) anunciou financiar de uma busca através do genome humano usando a tecnologia a mais moderna de microplaquetas do finder do gene para os genes envolvidos no formulário esporádico do disorder neurological que afeta os povos que não têm nenhuma história da família da doença. A busca usará o projeto de operação bancária recentemente estabelecido do DNA feito possível através dos institutos nacionais de Disorders Neurological e o curso (NINDS), um repositório das amostras dos pacientes e povos saudáveis para a comparação. Na conferência do dia nacional do Advocacy de ALS e da política pública de maio 15-17, 2006 em pacientes da C.C., do ALS de Washington e em caregivers participou doando anonymously um pouco de sangue e fornecendo a história clínica. Nenhuma informação será recolhida que permitirá que uma pessoa seja identificada individualmente, a fim proteger a privacidade.
Fonte: http://www.alsa.org/
Tradução: http://translate.google.com/translate_t

23 maio 2006

Fibromialgia

Com a chegada do inverno, as queixas de incômodos ósseos, articulares e musculares viram hit nos consultórios
A secretária Magda Salete Ferreira, 52, sabe que a temperatura vai cair pelas dores mais acentuadas que sente no corpo. O presságio de frio também é evidente na mão do artista plástico Lourival Batista, 31, e na bacia do gerente Alberto Pontes, 27. A dona-de-casa Edna Morandini, 66, conta que costuma reforçar o estoque de antiinflamatórios e de analgésicos para enfrentar esta época do ano.
Com a chegada do inverno, as queixas de incômodos ósseos, articulares e musculares viram hit nos consultórios. Mas a ciência ainda não conseguiu explicar precisamente por que dores desse tipo se tornam mais agudas com a queda da temperatura. Enquanto, nas ruas, as pessoas seguem reclamando do "frio de doer os ossos", os médicos se dividem entre creditar ou não esses sintomas às oscilações do termômetro.
De acordo com os especialistas, há poucos estudos sobre o impacto do frio no organismo e suas conseqüências fisiológicas. Sabe-se, porém, que as temperaturas mais baixas provocam constrição vascular, prejudicando a circulação do sangue no corpo. Essa seria a provável causa da maior sensibilidade à dor nas épocas frias.
Some-se a isso o fato de que a musculatura, em busca de aquecimento, tende a se contrair, fazendo com que algumas regiões se tornem mais doloridas. Já nas articulações, o líqüido sinuvial --responsável por nutri-las e lubrificá-las-- também se torna mais espesso com o esfriamento do corpo, o que pode prejudicar movimentos e gerar incômodos.
Polêmica
Apesar dessas evidências, a hipótese de o frio acentuar dores ósseas é controversa. "O tema é motivo de chacota entre médicos. O frio não causa dor, é a umidade do ar que causa", argumenta o reumatologista Roger Levy, professor da Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). "Há poucos estudos. Na década de 90, uma pesquisa canadense tentou relacionar sintomas reumatológicos a oscilações de temperatura sem encontrar associações significativas", emenda Ibsen Belline Coimbra, chefe da unidade de reumatologia do departamento de clínica médica da Faculdade de Medicina da Universidade Estadual de Campinas.
Pesquisas
Um estudo experimental feito pelo departamento de regulação neural do Instituto de Pesquisa em Medicina Ambiental da Nagoya University, no Japão, submeteu, entre 1998 e 2002, ratos com dores crônicas --dor ciática ou inflamação crônica na articulação da pata-- a variações de temperatura e pressão. A experiência apontou que as cobaias expostas a baixa temperatura ou a baixa pressão apresentavam agravamento do comportamento característico de dor. Entre as conclusões do estudo está a de que essas condições intensificam os sintomas dolorosos.
"Esse estudo comprova que o processo de dor é modulado pelas alterações climáticas", diz Roberto Heymann, presidente da comissão de dor, fibromialgia e outras síndromes dolorosas de partes moles da Sociedade Brasileira de Reumatologia.
Outra pesquisa, realizada pelo Instituto de Psicologia Médica da Ludwig-Maximilian-University, em Munique, na Alemanha, ouviu 1.064 pessoas, em 2001, sobre o impacto das mudanças climáticas na saúde delas. Dos entrevistados, 19% declaram sentir "forte influência" do clima sobre a saúde, e 54,6% disseram perceber "algum tipo de relação entre o clima e a saúde". Considerando homens e mulheres separadamente, 28% das entrevistadas apontaram "forte influência" climática. Entre os homens, o número ficou em 9,6%.
Diante da variação climática, dor nas juntas foi uma queixa mencionada por 39,7% das pessoas, superada apenas por fadiga, letargia e dores de cabeça e enxaqueca. Entre aquelas com mais de 60 anos, a dor nas juntas figurava como a primeira queixa, relatada por 65,8%.
Fibromialgia piora durante inverno
"No calor, até fico bem. No inverno, as dores pioram, principalmente nas costas e na parte interna do joelho", relata a secretária Magda Ferreira, que tem fibromialgia. A doença provoca dores difusas oriundas de inflamações nos músculos e nos tendões.
No livro "Tudo sobre Fibromialgia" (ed. Imago, 317 págs, R$ 46), os autores Daniel J.Wallace e Janice Brock Wallace reforçam a tese de que o tempo frio piora os sintomas de quem tem a doença. "Quase todos os pacientes sentem que o clima influencia sua fibromialgia. Numa pesquisa, 66% dos pacientes com fibromialgia relataram que se sentiam afetados pelas mudanças de tempo; 78% preferiam tempo quente; 79% acreditavam que o tempo frio os fazia piorar, e 60% não gostavam da umidade", diz o texto.
Ainda segundo os autores, os sintomas são agravados quando o tempo muda de quente para frio ou de seco para úmido. Cidades de clima constante, portanto, seriam as ideais para os portadores da doença.
O fisioterapeuta Angelo Roberto Gonçalves lembra que a manifestação dos sintomas da fibromialgia muitas vezes está associada a aspectos comportamentais e à depressão. "O frio gera melancolia e favorece essa dor", observa. E enfatiza que o exercício físico é indispensável nesta época do ano. "Principalmente os idosos evitam a atividade física nos períodos mais frios do ano. É a pior época para parar."
O aposentado Francisco Nunes Júnior, 82, no entanto, não foge dos exercícios no frio e diz ter se livrado da dor nas costas que o incomodava no passado. Ele descobriu a hidroterapia como tratamento e não largou mais os cuidados. "Agora não sinto mais dores, passo o inverno sem me queixar. Não abandono a terapia, estou sempre me tratando", conta.
Fonte: Folha de São Paulo

22 maio 2006

Impossível

Todos nós temos variados conceitos sobre as variadas coisas e situações de nosso cotidiano. São esses conceitos que norteiam nossa conduta, determinando a qualidade de nossa vida.. Este pequeno poema, de autor desconhecido, tem muito a ver com nos portadores ou melhor dizendo guerreiros dELA.

IMPOSSÍVEL É APENAS UMA GRANDE PALAVRA
USADA POR GENTE FRACA
QUE PREFERE VIVER NO MUNDO COMO ESTÁ

EM VEZ DE USAR O PODER QUE TEM PARA MUDÁ-LO
IMPOSSÍVEL NÃO É UM FATO
É UMA OPINIÃO
IMPOSSÍVEL NÃO É UMA DECLARAÇÃO
É UM DESAFIO
IMPOSSÍVEL É HIPOTÉTICO
IMPOSSÍVEL É TEMPORÁRIO

19 maio 2006

Descoberto antibiótico contra bactérias hospitalares

Cientistas de um laboratório farmacêutico alemão descobriram um antibiótico capaz de combater bactérias como os estafilococos, que causam estragos nos hospitais devido a seu alto índice de contágio e resistência aos remédios tradicionais, publicou hoje a revista científica Nature.
Os analistas descobriram o novo elemento em uma amostra de terra da África do Sul, e o denominaram "platensimycin", porque ele é produzido pela bactéria "Streptomyces platensis" como defesa contra outros micróbios.
Se o remédio superar os primeiros testes clínicos, será o terceiro antibiótico totalmente novo descoberto nas últimas quatro décadas, e poderia ser usado contra germes que desenvolveram resistência aos antibióticos tradicionais.
Segundo a Nature, o novo elemento químico funciona de forma muito diferente de seus antecessores, já que atua no bloqueio de enzimas envolvidas na síntese dos ácidos gordurosos - as bactérias precisam deles para construir as membranas das células.
A maioria dos antibióticos, descobertos quase todos entre os anos 40 e 50, atuam bloqueando a síntese da parede celular, o DNA e as proteínas dentro da bactéria.
Os antibióticos desenvolvidos nos últimos anos costumam ser derivados dos primeiros. Por este motivo, as bactérias freqüentemente desenvolvem resistência.
O novo composto, descoberto pelos analistas da farmacêutica Merck quando analisavam 250.000 extratos de elementos naturais, pode ser eficaz no combate do "estaphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA, em inglês)", responsável por muitas infecções em hospitais de todo o mundo.
O MRSA é uma bactéria comum no nariz e na pele da maioria da população e, ocasionalmente, pode dar lugar a infecções que se manifestam em forma de chagas, embora um portador possa não aparentar nenhuma conseqüência patógena.
No entanto, nos hospitais, esta bactéria - transmitida por contato físico - tem alto índice de contágio e causa graves infecções, ao afetar pessoas recém-operadas, com ferimentos abertos ou cateteres.
Nos testes de laboratório, o novo antibiótico curou vários ratos de uma infecção por uma bactéria semelhante ao MRSA, sem efeitos secundários de toxicidade.
O professor Tony Mawwell, que faz estudos semelhantes no John Innes Centre de Norfolk (leste da Inglaterra), considerou os resultados "muito promissores".
"Várias farmacêuticas se retiraram da busca de novos antibióticos", comentou. "Mas, com o crescimento do número de casos de MRSA e a diminuição de remédios no mercado, precisamos de mais medicamentos o mais rápido possível".
Fonte: Agência Efe

18 maio 2006

Termina o seqüenciamento do cromossomo 1

A seqüência divulgada na Nature já foi utilizada para identificar mais de mil novos genes
EFE
LONDRES - Uma equipe de cientistas completou o seqüenciamento detalhado do cromossomo 1, o maior do genoma humano e associado a cerca de 350 doenças. A seqüência completa desse cromossomo, que sozinho contém 8% de toda a carga genética humana, foi publicada na edição desta semana da revista científica Nature. O genoma humano é composto de 22 cromossomos numerados e de dois batizados com letras, "X" e "Y". A primeira letra do primeiro cromossomo é "C", referente à base citosina, uma das quatro que compõem o DNA.
O seqüenciamento do cromossomo 1 era o último passo que faltava para completar o genoma humano, dizem os cientistas que tomaram parte no esforço. Há cerca de 350 doenças que sofrem influência genética de modificações do cromossomo 1. Entre elas estão vários tipos de câncer e problemas como o mal de Alzheimer e o de Parkinson.
A seqüência divulgada na Nature já foi utilizada para identificar mais de mil novos genes, e cientistas esperam que a informação ajude a descobrir novos tratamentos e métodos de diagnóstico.
Fonte: Agência Estadão

17 maio 2006

Rotina saudável também previne doenças

Além da genética, a alimentação é o fator que mais influencia os índices de colesterol (cerca de 70%). A dieta ideal deve ter cerca de 50% de carboidratos, 30% de gorduras e 20% de proteínas. As fibras têm papel importante contra o excesso de peso, fator de risco para doenças cardíacas. Elas diminuem a absorção de gordura pelo tubo digestivo - se fixam na gordura e são eliminadas com mais facilidade. Antioxidantes, presentes em frutas e hortaliças, evitam a oxidação das artérias - a gordura "prefere" se depositar na parte oxidada.
"Mudanças de comportamento, como alimentação saudável e atividade física regular são capazes de diminuir cerca de 20% do colesterol", avisa Marcus Bolívar Malachias, professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais. As estatinas podem diminuir o colesterol em 50% ou mais.
Metade dos casos de hipertensão tem causa genética. A outra metade é ambiental. Em 50% dos casos, a doença pode ser prevenida com controle do peso, atividade aeróbica - que provoca relaxamento dos vasos - e alimentação com pouco sal (no máximo 6 gramas por dia).
Fonte: O Estado de S.Paulo

16 maio 2006

Paralisia bulbar progressiva

São predominantemente afectados os nervos que controlam a mastigação, a deglutição e a fala, pelo que estas funções são cada vez mais difíceis. Nas pessoas com paralisia bulbar progressiva pode observar-se uma resposta emocional estranha, passando, sem razão, de um estado de alegria para outro de tristeza, sendo frequentes as explosões emocionais despropositadas. As dificuldades na deglutição ocasionam a aspiração para os pulmões de alimentos ou de saliva e a morte do doente costuma verificar-se entre 1 e 3 anos depois do início da doença, muitas vezes em virtude de pneumonia.
A esclerose lateral primária e a paralisia bulbar progressiva são processos raros, de lenta evolução, variantes da esclerose lateral amiotrófica. A esclerose lateral primária afecta principalmente os braços e as pernas, enquanto a paralisia bulbar progressiva afecta os músculos da cara, da mandíbula e da garganta. Em ambas as doenças, a rigidez muscular grave acompanha a debilidade muscular, não se produzindo contracções musculares nem atrofia; habitualmente desenvolve-se uma incapacidade ao longo de vários anos.

12 maio 2006

Promotoria denuncia sul-coreno que fraudou clonagem

A Promotoria da Coréia do Sul acusou formalmente nesta quinta-feira o cientista Hwang Woo-Suk de malversação de fundos e de violar a legislação sobre bioética devido à manipulação de dados em experimentos sobre a clonagem de células-tronco de embriões humanos.
Após vários meses de inquérito, a Promotoria afirmou que Hwang desviou cerca de US$ 3 milhões dos orçamentos destinados à pesquisa científica. Além disso, ele manipulou dados dos estudos publicados em 2004 e 2005 na revista americana "Science".
Em 2004, o cientista disse que tinha obtido células-tronco de embriões humanos clonados. Um ano depois, Hwang anunciou a obtenção de 11 células-tronco específicas, procedentes de embriões humanos clonados a partir de pacientes doentes. A descoberta, se fosse real, teria possibilitado avançar na cura de doenças como diabetes, Parkinson e Alzheimer.
A Promotoria confirmou que Hwang não conseguiu criar as células-tronco anunciadas. Em janeiro, o comitê de investigação da própria Universidade Nacional de Seul, onde trabalhava o cientista, já havia chegado à mesma conclusão.
Contudo, os promotores revelaram nesta quinta que as falsas células-tronco foram obra de um colaborador de Hwang, o também cientista Kim Sun-Jong, acusado de fraude ao lado de outros quatro membros da equipe.
Hwang utilizou parte do dinheiro para pagar mulheres pela doação de seus óvulos, que seriam utilizados nos experimentos. A prática fere a legislação de bioética.
Boa parte dos fundos foi parar nos bolsos de altos funcionários do governo e de executivos de grandes empresas, que por sua vez ofereciam doações para sustentar a pesquisa.
Hwang renunciou em dezembro ao cargo de professor da Universidade de Seul. O caso foi o maior escândalo científico do país e surgiu por causa de uma denúncia do canal de televisão local MBC, que suspeitou de manipulação de dados nos estudos.
Fonte: Folha Online

Resultados da fase III de Avicena limitados - a droga pode reduzir taxas do mortality

Maio 10, 2006
Avicena dito sua droga potencial para a doença de Lou Gehrig (ALS-02) nas experimentações não melhorou a força e a função de músculo. A droga mostrou uma tendência do mortality reduzido. Um estudo mais adicional será necessitado com as esperanças da aprovaçã0 do FDA no futuro.
Que povos estão dizendo:
Dos “o candidato ALS-02 da droga de Avicena da companhia do biotech E.U. gerou resultados decepcionantes em uma fase III experimental avaliando a droga no tratamento do sclerosis de lateral amyotrophic neurodegenerative da doença, ou doença de Lou Gehrig.”
Revisão Pharmaceutical do negócio
Avicena dito seu estudo da fase 3 de ALS-02, “não mostrou nenhuma diferença estatìstica significativa entre ALS-02 e placebo no que diz respeito aos endpoints preliminares e secundários do estudo da fatiga de medição do músculo, da força de músculo e de contagens funcionais.
Avicena adicionou que o candidato da droga pareceu diminuir o mortality, baseado na comparação dos dados do estudo da companhia com dados de uma experimentação mais adiantada de ALS-02 feito pelo Consortium do nordeste ALS.
“Nós estamos muito interessados mais mais em explorar esta tendência para o mortality diminuído,” disse o oficial executivo principal Belinda Tsao-Nivaggioli de Avicena. “Nós somos esperançosos que junto com (a administração do alimento e da droga) nós identificam um trajeto desobstruído para introduzir no mercado para ALS-02,”.
Tsao-Nivaggioli adicionado, “é importante anotar que o um tratamento atualmente aprovado para os pacientes que sofrem de ALS oferece somente limitado, benefício a curto prazo da sobrevivência e não demonstrou o benefício com respeito às medidas da força de músculo e da função neurological.”
Avicena disse que está compilando atualmente uma meta-análise da fase recentemente terminada 2 e 3 estudos de ALS-02, junto com estudos passados da droga a determinar com o FDA “o desenvolvimento seguinte pisam” para o tratamento.

Avicena Phase III results limited - drug may reduce mortality rates

May 10, 2006
Avicena said its potential drug for Lou Gehrig's disease (ALS-02) failed in trials to improve muscle strength and function. The drug did show a trend of reduced mortality. Further study will be needed with the hopes of FDA approval in the future.
What People Are Saying:
"US biotech company Avicena's drug candidate ALS-02 has generated disappointing results in a phase III trial evaluating the drug in the treatment of the neurodegenerative disease amyotrophic lateral sclerosis, or Lou Gehrig's disease."
Pharmaceutical Business Review
Avicena said its phase 3 study of ALS-02, "showed no statistically significant difference between ALS-02 and placebo with regard to the study's primary and secondary endpoints of measuring muscle fatigue, muscle strength and functional scores.
Avicena added that the drug candidate did appear to decrease mortality, based on comparison of data from the company's study with data from an earlier trial of ALS-02 done by the North East ALS Consortium.
"We are very interested in further exploring this trend toward decreased mortality," said Avicena Chief Executive Officer Belinda Tsao-Nivaggioli. "We are hopeful that together with (the Food and Drug Administration) we will be able to identify a clear path to market for ALS-02,".
Tsao-Nivaggioli added, "It is important to note that the one currently approved treatment for patients suffering from ALS offers only limited, short-term survival benefit and has not demonstrated benefit in regard to measures of muscle strength and neurological function."
Avicena said it is currently compiling a meta-analysis of the recently completed phase 2 and 3 studies of ALS-02, along with past studies of the drug to determine with the FDA "the next development steps" for the treatment.

11 maio 2006

Quando coisas ruins acontecem com pessoas boas

O Sofrimento não tem sentido a não ser que você decida diferentemente
Por Harold Kushner

O seguinte artigo, extraído do best-seller de Kushner, é uma resposta ao sofrimento, em que se conclui que Deus não é a causa imediata da tragédia. Deve-se observar, no entanto,que esta é a solução teológica deste pensador em particular e, de fato, é provavelmente contrária à teologia formal, que supõe que o sofrimento é infligido ao povo judeu por causa de seus pecados. Este texto foi reimpresso, com consentimento, a partir do livro When bad Things happen to Good People (Quando Coisas Ruins Acontecem Com Boas Pessoas), publicado por Schocken Books.
O Sofrimento Não é Uma Punição de um Deus Cruel
Eu acredito em Deus. Mas eu não acredito nas mesmas coisas sobre Ele nas quais acreditava anos atrás, enquanto crescia, ou quando fui um estudante de teologia.Reconheço Suas limitações. Ele é limitado no alcance de Suas ações pelas leis da natureza e pela evolução da natureza humana e liberdade moral humana.
Eu não mais responsabilizo Deus pelas doenças, acidentes e desastres naturais, porque eu percebo que perco muito e ganho pouco quando culpo Deus por essas coisas. Eu consigo reverenciar mais facilmente um Deus que odeia o sofrimento mas não pode eliminá-lo do que um Deus que escolhe fazer crianças sofrerem e morrerem, seja qual for o motivo superior.
Há alguns anos, quando a teologia da “morte de Deus” estava na moda, lembro ter visto um adesivo onde se lia “Meu Deus não está morto, sinto muito pelo seu.” Acho que em meu adesivo se leria “Meu Deus não é cruel, sinto muito pelo seu.”
Deus não causa nossos infortúnios. Alguns deles são causados por má sorte, alguns são causados por pessoas más, e alguns simplesmente são uma conseqüência inevitável de sermos humanos e mortais, vivendo em um mundo de leis naturais inexoráveis.
As coisas dolorosas que nos acontecem não são castigos por nosso mau comportamento, nem são, de algum modo, parte de algum grande projeto de Deus. Porque a tragédia não é vontade de Deus, não precisamos nos sentir chateados com Deus e nem traídos por Ele, quando a tragédia nos atinge. Podemos nos dirigir a Ele para que nos ajude a superá-la, exatamente porque podemos nos convencer que Ele se sente tão ultrajado por ela quanto nós.
Uma Noção de Significância Torna a Dor Mais Suportável
“Isso quer dizer que minha dor não tem sentido?” Este é o desafio mais expressivo que pode ser suscitado pelo ponto de vista que tenho defendido neste livro. Poderíamos suportar quase qualquer dor se soubéssemos que existe um motivo atrás disso, um propósito para a mesma. Mas mesmo um fardo mais leve se torna demais se sentirmos que não faz sentido.
Em um hospital de veteranos, os pacientes que foram seriamente feridos em combate têm uma maior facilidade para se adaptarem aos seus ferimentos do que pacientes com exatamente o mesmo ferimento, mas que tenha sido causado seja quando se divertiam numa quadra de futebol ou numa piscina, porque os primeiros podem acreditar que seu sofrimento, pelo menos, foi por uma boa causa. Pais que tenham se convencido de que existe algum propósito que será atingido pela limitação de seus filhos, podem aceitar o problema mais facilmente pelo mesmo motivo.
Vocês se lembram da história bíblica sobre Moisés, no capítulo 32 do Êxodo, como ele atirou as tábuas dos Dez Mandamentos quebrando-as, quando desceu do Monte Sinai e viu os Israelitas venerando o bezerro de ouro?
Existe uma lenda judaica que nos conta que, enquanto Moisés descia a montanha com as tábuas de pedra nas quais Deus havia escrito os Dez Mandamentos, ele não teve problemas para carregá-las, embora fossem placas de pedra largas e espessas, e a descida era íngreme. Afinal, apesar de serem pesadas, tinham sido inscritas por Deus e eram preciosas para Moisés. Mas quando Moisés encontrou o povo dançando em volta do bezerro de ouro, a lenda diz, as palavras desapareceram das tábuas. Elas se tornaram, novamente, apenas pedras negras. E, então, se tornaram pesadas demais para que ele as segurasse.
Poderíamos suportar qualquer fardo se soubéssemos que existe um sentido no que fazemos. Terei eu tornado mais difícil para as pessoas aceitarem suas doenças, seus infortúnios, suas tragédias familiares, aos lhes dizer que estas não são coisas enviadas por Deus, como parte de um plano mestre Dele?
Permitam que eu sugira que as coisas ruins que acontecem em nossas vidas não têm sentido quando nos acontecem. Elas não acontecem por algum bom motivo que nos faria aceitá-las de bom grado. Mas nós podemos dar a elas um significado. Podemos redimir nossas tragédias da insensatez ao conferir um significado às mesmas.
Olhar Para o Futuro Redime Nossas Tragédias
A pergunta que deveríamos estar formulando não é: “Por que isso aconteceu comigo, o que eu fiz para merecer isso?” Esta é, na verdade, uma pergunta irrespondível, inútil. Uma pergunta melhor seria: “Agora que isso aconteceu comigo, o que eu vou fazer a respeito?”
Martin Gray, um sobrevivente do Gueto de Varsóvia e do Holocausto, escreveu um livro sobre sua vida chamado For Those I Loved (Para Aqueles que Eu Amei). Ele conta como, depois do Holocausto, reconstruiu sua vida, se tornou um homem de sucesso, se casou e criou uma família. A vida parecia boa depois dos horrores do campo de concentração.
Então, um certo dia, sua mulher e filhos foram mortos quando um incêndio florestal destruiu sua casa, no sul da França. Gray ficou destroçado, à beira da loucura, com mais esta tragédia. As pessoas lhe encorajavam a exigir um inquérito para determinar as causas da tragédia. Mas, ao invés disso, ele optou por dedicar seus recursos para um movimento de proteção à natureza contra incêndios futuros. Ele explicou que um inquérito, uma investigação, se concentraria no passado e em questões de dor e tristeza e culpa. Ele queria se concentrar no futuro.
Um inquérito o colocaria contra outras pessoas – “será que alguém foi negligente? De quem é a culpa?” - e ficar contra outras pessoas, se dedicar a encontrar um vilão, apenas deixa uma pessoa solitária mais solitária ainda. A vida, ele concluiu, tem que ser vivida para alguma coisa, e não contra alguma coisa.
Nós também precisamos superar as questões que se concentram no passado e na dor --“por que isso aconteceu comigo?”—e, ao invés disso, precisamos fazer a pergunta que nos abre as portas do futuro: “Agora que isso aconteceu comigo, o que eu vou fazer a respeito?”
Rabi Harold S. Kushner é rabino pertencente ao Templo Israel em Natick, Massachusetts. Ele é autor de vários livros, incluindo Living a Life that Matters (Vivendo uma vida significativa
)

10 maio 2006

Usando e abusando de seres vivos

Você pára em uma lanchonete e pede um cachorro-quente. No pão, o trigo veio de uma semente, o ketchup é tomate e a mostarda, uma semente. A salsicha é carne de mamífero e o papel que embrulha tudo, a celulose de uma árvore. Utilizamos um número tão grande de produtos derivados de outros seres vivos que jamais poderíamos viver sem eles.
Até recentemente nossa relação com esses produtos era passiva. Coletávamos, processávamos, criávamos ou plantávamos seres vivos existentes na natureza de modo a poder consumir os materiais que eles produzem.
Recentemente, essa relação se tornou ativa: passamos a modificar os seres vivos de modo a induzi-los a produzir o que necessitamos. São os fungos que produzem enzimas para nossos detergentes ou as bactérias que produzem hormônios ou vacinas.
No início do século 21, surgiu outra forma de utilizar os seres vivos. Somos capazes de transformá-los em minúsculas fábricas de produtos químicos.
A indústria química, que produz tecidos sintéticos e plásticos, foi construída sobre dois pilares. O primeiro é a química, uma série de conhecimentos que permitem o encadeamento de reações capazes de transformar uma molécula em outra. Como uma criança que monta uma boneca encaixando a cabeça e os braços ao corpo, os químicos montam novas moléculas adicionando átomos e grupos químicos a uma molécula básica. O segundo pilar são os esqueletos de carbono. Essas pequenas moléculas derivadas do petróleo são utilizadas, à semelhança de peças de Lego, para construir moléculas mais complexas ou montar polímeros e plásticos.
Agora entra em cena a biotecnologia industrial. Enquanto na indústria química cada passo da produção se resume a uma reação química executada em grandes reatores, na biotecnologia industrial o que se faz é construir um organismo vivo capaz de executar em seu interior cada um dos passos executados na antiga fábrica. Para isso se coloca no genoma desses microorganismos genes capazes de produzir as enzimas necessárias para executar cada reação e desse modo se "instrui" o ser vivo a executar os passos que antes eram executados na fábrica. Construído o ser vivo, basta deixá-lo crescer que ele se encarrega de fazer tudo o que era feito na fábrica. Em vez de uma grande fábrica agora temos enormes frascos contendo bilhões de bactérias - minúsculas fábricas.
Apesar de essa tecnologia estar em sua infância, já existem no mercado tecidos e plásticos produzidos por microorganismos. Faz milênios que o homem descobriu que existem na natureza bactérias e fungos com rotas metabólicas capazes de transformar açúcar em álcool. Utilizamos essas rotas naturais para produzir bebidas alcoólicas. Mas foi só no século 20 que aprendemos a manipular os seres vivos e agora, em vez de depender somente de rotas metabólicas preexistentes, nos tornamos capazes de construir seres vivos com as rotas que nos interessam.
Primeiro construímos as fábricas, agora estamos colocando cada uma delas dentro de um ser vivo. É o supra-sumo da exploração do pequeno animal-bactéria pelo grande animal-homem.
Fonte: O Estado S.Paulo

09 maio 2006

Conferência Nacional


1ª Conferência Nacional da Pessoa com Deficiência - Acessibilidade: Você também tem compromisso
Atualmente existem cerca de 25 milhões de pessoas com deficiência no país. De 12 a 15 de maio, esses 14,5% de brasileiros serão o centro das atenções em Brasília (DF), na 1ª Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. O evento é recebido pelos movimentos sociais como um momento histórico. O tema do encontro faz jus à expectativa e procura envolver toda a população na luta pelos direitos dessas pessoas. Sob o mote "Acessibilidade: você também tem compromisso", o objetivo é ser um marco para impulsionar a inclusão qualificada das pessoas com deficiência no processo de crescimento brasileiro.
O encontro é promovido pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos, por meio do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Portadora de Deficiência (Conade) e tem caráter deliberativo. Entre os objetivos da conferência estão a promoção de um amplo debate sobre questões referentes às pessoas com deficiência, o aprimoramento das políticas públicas e da Política Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiência.
De acordo com a socióloga Marta Gil, consultora e diretora do Amankay Instituto de Estudos e Pesquisas, a expectativa é grande em função do sucesso da etapa estadual da Conferência, que vem sendo realizada em todos os estados brasileiros desde dezembro do ano passado. "O processo foi bastante participativo, intenso e dinâmico, começando pela base: os Conselhos fizeram suas conferências, envolvendo atores da sociedade civil, de órgãos públicos, entidades representativas e movimentos de pessoas com deficiência", avalia.
Ela explica que as conclusões desses encontros estaduais foram encaminhadas e consolidadas em nível nacional e apresentam novas alternativas e soluções. "Talvez tenha sido o processo mais amplo e democrático já realizado, aqui no Brasil, na área da deficiência", acrescenta Marta.
A socióloga destaca ainda dois importantes processos que alcançam a maturidade nesse momento: o Estatuto da Pessoa com Deficiência e a Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência, documento adotado pela Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) em 1999.
Panorama atual
Grande parte das pessoas com deficiência vive na pobreza. É, portanto, um problema social, de acordo com Adilson Ventura, presidente do Conade. "Somos 25 milhões. Talvez nem 3,5 milhões têm acesso às melhorias alcançadas nos últimos anos", diz. Segundo ele, a maioria das pessoas tem deficiências oriundas da fome, da miséria e de epidemias. "São completamente passíveis de prevenção", argumenta.
Há 30 anos, segundo Ventura, as pessoas com deficiência eram sempre assistidas, não protagonizavam suas ações. Esse panorama começou a mudar a partir da década de 1980, quando essas pessoas começaram a participar mais ativamente de movimentos sociais de reivindicação dos seus direitos. De lá para cá, surgiram muitas leis e muitas organizações foram fundadas para tratar da temática. Os avanços, no entanto, continuam restritos a um pequeno grupo.
Ventura lembra que existem muitas leis que garantem a acessibilidade e a inclusão da pessoa com deficiência, mas elas não são cumpridas. Além disso, o preconceito ainda existe entre os brasileiros. Ele recorda, por exemplo, a desastrada afirmação da deputada federal Denise Frossard (PPS-RJ), em dezembro do ano passado, que foi motivo de uma moção de repúdio por parte do Conade. As palavras da parlamentar, que é também juíza, integravam um parecer sobre um projeto que propunha criminalizar a discriminação de pessoas com doenças de qualquer natureza. De acordo com a deputada, "a repulsa à doença é instintiva no ser humano. Poucas pessoas sentem prazer em apertar a mão de uma pessoa portadora de lepra ou de aids". Ela ainda acrescentou: "A deformidade física fere o senso estético do ser humano". Após a péssima repercussão das suas declarações, Denise Frossard reconheceu o erro e retratou-se publicamente. Para o presidente do Conade, no entanto, o episódio foi uma prova de que o preconceito existe e precisa ser energicamente combatido.
Em 2003, a Fundação Getúlio Vargas publicou a pesquisa Retratos da Deficiência no Brasil. A conclusão foi precisa: ser deficiente significa estar mais longe das oportunidades e de uma vida digna. Segundo o psiquiatra e psicanalista Jorge Márcio de Andrade, fundador do Centro de Informática e Informações sobre Paralisias Cerebrais (Defnet), ainda damos "passos lentos, porém firmes" nas conquistas que proporcionam o aumento da qualidade de vida das pessoas com deficiência.
"Muitos avanços foram e estão sendo realizados. Esses avanços dependem, em especial, da criação dos Conselhos Municipais de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, agindo no campo localizado dos municípios, formando novas lideranças e promovendo a conscientização sobre direitos e políticas públicas", defende Andrade.
Acessibilidade e compromisso
Para Marta Gil, a escolha do tema da Conferência não poderia ter sido melhor, por envolver a sociedade na questão. "É preciso passar a mensagem de que as pessoas com deficiência fazem parte da diversidade da vida e que as condições de acessibilidade, imprescindíveis para que elas exerçam a cidadania e estejam presentes são boas para todos nós, tenhamos ou não uma deficiência. Quem não prefere uma calçada lisa, sem buracos ou desníveis?", indaga.
Para fazer com que a população brasileira fique mais próxima da questão da acessibilidade, a socióloga acredita no poder da comunicação, ou seja, da inclusão do tema da deficiência em todas as ações, medidas, campanhas publicitárias, leis e iniciativas. "Quanto mais dermos visibilidade às pessoas com deficiência, mais elas estarão nas escolas, nas empresas, nos espaços de lazer. Ao freqüentarem os locais, sua simples presença evidencia os obstáculos do meio físico: subitamente, as pessoas constatam como um degrau, que parecia tão simples, pode ser um impedimento", diz Marta.
Para Jorge Márcio de Andrade, uma das mais importantes tarefas da Conferência será a de remover e demolir as barreiras de informação e comunicação. Segundo ele, é a única maneira de fazer com que milhares de brasileiros e brasileiras tenham acesso a todas as formas de tecnologia e, com isso, ajudem a promover e reivindicar o cumprimento das leis sobre acessibilidade.
"Precisaremos também que os governos federal, estadual e municipal busquem processos de intersetorialidade e aplicação de recursos em políticas públicas estruturais, que ultrapassem os interesses eleitoreiros ou de cunho lucrativo neoliberal. Isso para que as diferentes barreiras - das arquitetônicas e visíveis às atitudinais, em sua invisibilidade - possam sofrer um processo contínuo de demolição e mudança", defende o psiquiatra.
Adilson Ventura, do Conade, lembra ainda que a questão da acessibilidade não está só em garantir que uma pessoa com deficiência possa ter acesso a algum lugar. Para ele, não é um processo tão simples. "Inclusão não é estar. Estar num local não significa que você está incluído. Isso só acontece quando você participa", observa.
Amadurecimento e avanço
Demorou, mas chegou na hora certa. Essa é a sensação de muitos integrantes dos movimentos de defesa dos direitos das pessoas com deficiência. Para Izabel Maior, coordenadora geral da Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência (Corde), algumas questões culturais precisavam ser amadurecidas antes que um evento desse porte pudesse ser realizado.
"Esperávamos que houvesse uma grande adesão, mas não que fosse de todos os estados. Cada conferência estadual elegeu delegados, metade do governo e metade de organizações não-governamentais. Estamos esperando 1.150 pessoas no total", diz, lembrando que a Conferência não é aberta ao público, pois a idéia é trazer para Brasília a contribuição dos encontros estaduais. "Se fizéssemos aberta, é bem provável que só viesse a Brasília quem pudesse pagar ou pessoas dos estados mais próximos", justifica.
Para Fábio Meirelles, da ONG Escola de Gente, a conferência acontecer agora é uma conseqüência da nossa maturidade política. A causa ganhou mais visibilidade, mas nem sempre vem acompanhada de reflexão sobre inclusão. A sociedade ainda precisa saber que pessoas com deficiência podem estar em qualquer lugar a qualquer momento", defende. A organização apresentará um painel sobre a temática da deficiência e da juventude. Segundo ele, o foco estará na questão de como fazer com que os jovens participem das políticas públicas.
A Conferência terá três eixos temáticos: implementação da acessibilidade arquitetônica, urbanística e de transportes; condições gerais de implementação da acessibilidade e acessibilidade à informação, à comunicação e às ajudas técnicas. Os temas foram escolhidos a partir da experiência dos movimentos sociais e são resultado também dos encontros que vêm sendo promovidos pelo Conade desde 2003. Os dois últimos devem receber mais destaque na Conferência, de acordo com a coordenadora da Corde. São questões que, segundo ela, serão enfocados de forma técnica, mas também discutidos no âmbito das políticas públicas.
O presidente do Conade lembra que o Decreto-Lei 5296 deve estar na pauta das discussões. Ele foi assinado pelo presidente Lula em dezembro de 2004 e regulamenta duas leis de 2000. O decreto garante a acessibilidade da pessoa com deficiência, prevendo a eliminação de toda e qualquer barreira que "limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento, a circulação com segurança e a possibilidade de as pessoas se comunicarem ou terem acesso à informação". Para Jorge Márcio, do Defnet, ainda é preciso fazer valer o decreto e exigir que seja cumprido.
Marta Gil acredita que o momento é extremamente propício para um debate como esse, pois a problemática está sendo discutida em várias instâncias e por vários atores sociais. "Espero que da confluência destes processos tenhamos avanços no processo de inclusão das pessoas com deficiência no Brasil, o que certamente trará repercussões para o corpo social. Afinal, estamos falando de 14,5% da população total brasileira", afirma. Jorge Márcio também guarda expectativas: "Há uma potencialidade de transformação micro e macropolítica, em especial no que chamamos de políticas públicas. Eu desejo e espero que tenhamos um dos mais importantes encontros entre os cidadãos e cidadãs brasileiros que desejam uma real efetivação dos direitos de pessoas com deficiência", conclui.
Fonte: Boletim Rets

08 maio 2006

O médico de família está de volta

Mas, longe do antigo perfil do clínico que sabia um pouco de tudo, agora especialista é articulador de tratamentos.
Simone Iwasso Resgatado por movimentos de profissionais da saúde, com o aval dos conselhos de medicina, o atendimento à moda antiga - que lembra o tradicional clínico-geral que ia à casa do paciente e o encarava como um todo - ressurge. A diferença é que o médico de família retorna como uma especialidade, que já forma os primeiros residentes. A idéia é que as pessoas voltem a ter um médico que seja referência na vida familiar e que acompanhe o histórico de avós, pais, mães e filhos.
No setor público, essa valorização começou há alguns anos, impulsionada pelo Programa Saúde da Família (PSF), que reúne profissionais da saúde para atuarem em comunidades.
Agora, os médicos de família começam também a se expandir no setor privado, em consultórios, planos de saúde e hospitais - um trabalho que não pretende reverter a segmentação provocada pelas especializações, mas atuar em parceria com elas.
O problema é que muitos dos 27 mil médicos que trabalham na área no País, segundo as sociedades de medicina de família, não têm a especialização, uma lacuna que começa a ser preenchida com uma série de programas de formação que têm sido criados - ajudando na divulgação desse tipo de especialidade e elevando o tema à disciplina acadêmica.

ENCAMINHAMENTO

"A gente tenta trazer um pouco da nostalgia, mas não tem nada a ver com aquele médico de antigamente que tinha uma idéia geral de tudo, mas sabia pouco. O médico de família hoje em dia precisa saber muito de muito e valorizar a tecnologia", afirma a médica Adriana Roncoleta, de 29 anos.
Ela fez parte do primeiro grupo de residentes a serem formados na especialidade pela Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa). "Fiquei sabendo o que era medicina de família quando estava no segundo ano da universidade, mas quando me formei, em 2001, não tinha ainda a residência. Quando soube que tinha sido criada, procurei na hora." Ela diz que muitos de seus pacientes são pessoas que precisam de cinco ou seis médicos, e se sentem perdidos e inseguros.
"O médico de família é o médico da pessoa, não do estômago dela, do coração dela, da dor de cabeça dela. Atendemos e acompanhamos a vida do paciente", explica o médico Marco Aurélio Janaudis, secretário-geral da Sobramfa, uma das duas sociedades existentes no Brasil que reúne os profissionais do setor.
"Quando ele precisa de um especialista, de uma cirurgia, nós o encaminhamos, mas acompanhamos os resultados, os exames, conversamos com o médico especialista", complementa Janaudis.

ATENÇÃO E SENSIBILIDADE

Esse tipo de visão auxilia principalmente pacientes que costumam peregrinar de consultório em consultório, atrás de especialistas diferentes para cada problema. "Passa uma confiança para a gente, porque o médico já sabe dos seus exames todos, dos seus problemas", diz o aposentado Benedito Aparecido Santini, de 57 anos.
Ele tem diabete e vários outros problemas de saúde. Quando chegou ao médico de família, estava cansado de parar quase toda semana no pronto-socorro. A indicação partiu do Hospital Nove de Julho. "Acho que só o fato de ele ouvir a gente, perguntar como estamos, faz diferença. Foi o primeiro médico que identificou que eu estava com depressão", conta.
Depois de Santini, foi a vez de a mulher começar a consultar o mesmo médico. "Eu sou hipertensa, e na época estava vendo em qual médico iria. Acabei indo no mesmo dele. Agora, ele virou o médico do meu filho e da minha nora também."
No caso da bióloga Alice Siniauskas Ruiz, de 36 anos, o contato com a especialidade aconteceu por acaso, quando o marido precisou se submeter a uma cirurgia e foi Janaudis quem o atendeu. Ele passou a ser o médico do casal. Quando engravidou, Alice tinha dois médicos: o obstetra e o médico de família. "Hoje, eu, meu marido e meu filho temos o mesmo médico", diz. Gabriel, de três anos, é acompanhado por Janaudis desde a barriga da mãe.

MEIO-DE-CAMPO

Esse acompanhamento integral pode evitar medicamentos e tratamentos desnecessários, além de baratear custos. "Um grande número de problemas de saúde está relacionado ao fato de um mesmo paciente se tratar com vários profissionais, que muitas vezes não se comunicam e baseiam sua abordagem na prescrição de exames e medicamentos", diz Maria Inez Padula Anderson, professora da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e presidente da Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC).
Quando existe um médico fazendo essa coordenação, e dialogando com as outras especialidades, muitos tratamentos, remédios e até mesmo consultas acabam sendo evitados - uma vantagem que algumas entidades, como a Cassi (sistema de assistência dos funcionários do Banco do Brasil) perceberam, explica Maria Inez. "Elas já estão investindo nessa especialidade."
Profissional é base do atendimento em outros países
Países como Canadá, Estados Unidos , Cuba , Inglaterra, Holanda e Portugal têm no especialista em medicina de família e comunidade o principal médico na atenção primária à saúde, ou seja, é o profissional que cuida dos principais problemas de saúde da população e analisa seu contexto social e familiar.
Na Inglaterra, cerca de metade dos profissionais é de especialistas na área. Nesse sistema, o foco do cuidado está na saúde do paciente com atuação preventiva - o oposto do modelo brasileiro, focado no tratamento das doenças.
No Brasil, desde 1976 existe uma residência chamada Medicina Geral Comunitária, uma das primeiras que foram reconhecidas pelo Conselho Federal de Medicina. Ela ficou abandonada por muitos anos e não chegou a se desenvolver. Somente em 2002 passou por uma reformulação, foi atualizada e ganhou o nome de Medicina de Família.
Hoje, o programa de formação dura três anos e é oferecido, entre outras, pela Universidade de São Paulo, pela Universidade Santo Amaro e pela Faculdade Santa Marcelina.
As organizações de classe - a Sociedade Brasileira de Medicina de Família (Sobramfa) e a Sociedade Brasileira de Medicina de Família e Comunidade (SBMFC)- também têm seus cursos. A primeira é mais voltada para o atendimento privado, e a segunda, para a rede pública e a atenção comunitária.
Fonte: O Estado de S.Paulo

04 maio 2006

Terapia genética contra doença degenerativa

Um estudo ontem divulgado aponta para a possibilidade de uma terapia genética para os pacientes com esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa até agora incurável do sistema nervoso que causa uma paralisia progressiva.
Esta paralisia conduz à morte do paciente num período de entre três a cinco anos. O cantor José Afonso morreu em 1987 com esta doença, que os médicos lhe tinham diagnosticado em 1982.
Um tratamento aplicado a ratos predispostos para esta esclerose permitiu prolongar em 30 por cento a sua esperança de vida, sem provocar efeitos secundários tóxicos, explicam na revista «Nature Mimoun Azzouz» e colegas de Oxford e da Universidade de Lovaina (Bélgica).
A esclerose lateral amiotrófica, que afecta cerca de 100 mil pessoas na Europa e nos Estados Unidos, é incurável em grande parte por continuar a ser mal compreendida, afirmam os investigadores. Descobertas recentes revelaram o papel desempenhado na doença por um factor de crescimento dos vasos sanguíneos, o VEGF, implicado também na protecção dos neurónios. Constatou-se, segundo os investigadores, que baixas concentrações de VEGF predispunham os ratos e os homens para esta doença.
A terapia genética tentada por Mimoun Azzouz e a sua equipa consistiu em injectar nos músculos de ratos um vector detentor do gene responsável pela produção do factor VEGF. Uma só injecção bastou para retardar o aparecimento da doença e atrasar a sua progressão em ratos geneticamente predispostos.
Aplicada a ratos já com os primeiros sintomas de paralisia, ou seja quando cerca de metade dos neurónios motores estão já destruídos, esta terapia permitiu também prolongar-lhes a esperança de vida, atrasando o ritmo de progressão da paralisia.
Injecção bastou para retardar o aparecimento da doença.
Fonte:O Primeiro de Janeiro

03 maio 2006

Stephen Hawking usa óculos de raios infra-vermelhos para se comunicar

O físico Stephen Hawking, do Reino Unido, deixará de usar o computador operado manualmente através de seus dedos, e instalado em sua cadeira de rodas. Para se comunicar ele passará a usar agora um par de óculos que emite raios infra-vermelhos.
Stephen William Hawking, 63 anos, é considerado um dos mais importantes físicos teóricos do mundo, apesar de sua doença degenerativa, ainda sem cura, com que convive há mais de 30 anos. Ele é autor do livro "Uma breve história do tempo".
Hawking usava um teclado acoplado a um computador para controlar um sintetizador de voz através do qual podia falar. Devido ao avanço da doença, seus dedos perderam a habilidade de digitar e a comunicação através do teclado de computador começou a tornar-se ineficiente.
O novo dispositivo utiliza raios infra-vermelhos e está acoplado na armação de um par de óculos. Através da movimentação dos músculos da face, Hawking pode desviar a direção dos raios e assim controlar quais letras aparecerão na tela de um computador. O ajudante de Hawking, David Pond, disse ao jornal Daily Mail que o físico gostou da novidade e que com ela consegue escrever mais rápido do que fazia antes.
Stephen Hawking sofre de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). Quando esteve em Genebra, em 1985, teve uma severa pneumonia. Médicos aconselharam a desligar a máquina que o mantinha vivo, mas sua esposa na época não acatou a sugestão. Ele foi depois removido para o Reino Unido e submetido a uma traqueotomia. O cientista se recuperou, mas perdeu a voz.

02 maio 2006

Suplementos antioxidantes

Suplementos antioxidantes, como selênio e vitaminas C e E, não prolongam a vida de portadores de esclerose lateral amiotrófica, mostra estudo da University College London. As cápsulas são amplamente utilizadas pelos pacientes que sofrem do mal (responsável por degeneração muscular progressiva). A conclusão partiu da revisão de oito estudos que envolveram 670 pacientes com diversos graus da doença.
Fonte: Época