16 novembro 2006

nnoCentive Coloca Desafio de Seeker (Buscadora de Soluções) de US$ 1 Milhão Para Descoberta de Biomarcador

Objetivo é Encontrar um Biomarcador Para Esclerose Lateral Amiotrófica (ALS)
ANDOVER, Mass.--(BUSINESS WIRE)--A InnoCentive anunciou que a Prize4Life.Inc., organização sem fins lucrativos fundada para acelerar a pesquisa da doença de Lou Gehrig, ofereceu um incentivo de US$ 1 milhão para ajudar a aperfeiçoar o tratamento de Esclerose Lateral Amiotrófica. "Esse importante desafio para identificar um biomarcador de ALS é um esforço para identificar uma medida específica para a doença que possa ajudar na detecção e resposta à terapia", disse Jill A. Panetta, Ph.D., diretor científico da InnoCentive.
"Os biomarcadores válidos melhorarão nosso entendimento do processo patológico em ALS e nossa capacidade de avaliar a eficácia do tratamento", disse Robert H. Brown, M.D., D.Phil. Brown é membro do Conselho Científico da Prize4Life, bem como fundador e diretor do Day Neuromuscular Research Laboratory, diretor da Muscular Dystrophy Association Clinic do Massachusetts General Hospital e professor de neurologia da Harvard Medical School. Brown acrescentou "Os marcadores podem potencialmente acelerar os protocolos de descobertas de drogas e substancialmente reduzir o tempo e as despesas de testes clínicos em ALS."
"Estamos honrados por fazer parceria com a Prize4Life para acelerar a pesquisa de ALS, permitindo-lhe aproveitar nossa comunidade de solução de problemas de mais de 110 mil cientistas", disse Ali Hussein, diretor de marketing e presidente de mercados globais da InnoCentive. "Nossa rede representa o meio mais rápido e eficiente para as instituições de pesquisa compartilhar suas inovações com as comunidades empresariais que podem desenvolver essas descobertas para o mercado", acrescentou Hussein. "A Prize4Life colocou esse desafio no website da InnoCentive, reconhecendo que essa abordagem é um meio eficiente para reunir uma ampla diversidade de idéias e abordagens científicas na esperança de tratar rapidamente essa doença significante", disse Hussein.
Os pesquisadores e cientistas interessados em oferecer uma solução para os desafios de biomarcador devem se registrar no website da InnoCentive, www.innocentive.com.
Sobre a Prize4Life

A Prize4Life é uma organização sem fins lucrativos orientada para resultados fundada para acelerar a pesquisa de ALS (doença de Lou Gehrig) oferecendo prêmios substanciais para cientistas que resolvem os problemas científicos mais críticos antecipando a descoberta de um tratamento efetivo para ALS. Para obter informações adicionais sobre a Prize4Life ou para fazer doações, visite www.prize4life.org.
Sobre a InnoCentive
A InnoCentive é o primeiro fórum online que permite a cientistas de nível mundial e companhias baseadas em ciência colaborarem em uma comunidade científica global para o alcance de soluções inovadoras para desafios complexos. As companhias, que incluem Dow AgroSciences, Eli Lilly and Company, Procter & Gamble e outras, que coletivamente despendem bilhões de dólares em P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) e colocam problemas científicos de maneira confidencial no website da InnoCentive onde mais de 110 mil cientistas e organizações científicas em mais de 175 países podem solucioná-los. Os cientistas que oferecerem soluções que melhor atendam aos requisitos do desafio da InnoCentive receberão prêmios financeiros que podem chegar a mais de US$ 100 mil. Para saber mais e registrar-se como Solver (apresentador de soluções) da InnoCentive, visite o website da InnoCentive em www.innocentive.com.

Células-tronco são testadas em cães

Estudo de pesquisadores da Fundação San Raffaele del Monte Tabor, de Milão (Itália), publicado ontem na revista científica Nature, mostrou que aplicações de células-tronco foram usadas com sucesso em cachorros que sofriam de distrofia muscular. Após o tratamento, os animais que estavam debilitados e com dificuldades de locomoção conseguiram andar e pular mais rápido. De acordo com os cientistas, esse tipo de tratamento pode ser útil no futuro em seres humanos, ajudando a minimizar e retardar os efeitos da distrofia muscular.
Fonte: O Estado S.Paul

09 novembro 2006

Cientistas 'restauram' visão de ratos cegos com células-tronco

Cientistas britânicos anunciaram ter restaurado a visão em ratos cegos por meio de transplantes de células-tronco na retina das cobaias.
A experiência, descrita na última edição da revista científica Nature, representa uma esperança para milhares de pessoas que sofrem de problemas de visão semelhantes aos dos ratos.
No estudo, células-tronco retiradas de ratos de até cinco dias de idade foram colocadas na retina de cobaias já geneticamente modificadas para perder gradualmente a visão devido a doenças semelhantes à retinite pigmentosa ou a degeneração macular.
Os cientistas transplantaram as células-tronco para a região da retina onde estão as células que recebem a luz e a traduzem em impulsos elétricos, permitindo ao cérebro interpretar o que é captado pelos olhos.
Em tentativas anteriores de usar as células-tronco para reestabelecer a visão, as células não se desenvolveram de forma satisfatória em células fotoreceptoras.
Mas, na experiência descrita na Nature, realizada por cientistas do Instituto de Oftalmologia e Pediatria da University College London e do Hospital Oftalmológico Moorfields, ambos de Londres, as células-tronco já foram transplantadas em um estágio desenvolvimento mais avançado, quando se transformavam em células fotoreceptoras.
Testes feitos depois do transplante mostraram que os ratos passaram a responder à luz e que seus nervos ópticos passaram a ter atividade.
Fonte: BBC

07 novembro 2006

Cientistas querem criar embrião com óvulos de vacas

Cientistas britânicos pediram autorização do governo para criar embriões híbridos a partir da combinação de células humanas e óvulos de vacas, com o objetivo de avançar nas pesquisas sobre células-tronco.
Os pesquisadores da Universidade de Newscastle e do King's College, de Londres, querem que a Autoridade de Embriologia e Fertilidade Humana emita uma licença de três anos que, segundo eles, abrirá caminho para o desenvolvimento de tratamentos para doenças como mal de Parkinson e Alzheimer.
Eles alegam que os embriões humano-bovinos seriam utilizados apenas em pesquisas de células-tronco e que só deixariam que eles se desenvolvessem por alguns dias.
A idéia é vista, no entanto, como antiética e potencialmente perigosa por entidades como o Conselho Escocês de Bioética Humana, por exemplo.
As células-tronco podem adquirir múltiplas funções no corpo humano. Embriões com cinco dias de vida são cheios desse tipo de célula, que tem o potencial de se transformar em qualquer tecido do corpo. É justamente nessa habilidade que os cientistas apostam para tratar doenças atualmente consideradas incuráveis.
O argumento dos cientistas é que para avançar nas pesquisas eles precisariam ter acesso a milhares de embriões. O problema é que faltam embriões humanos para pesquisas. Além disso, eles só podem ser obtidos por meio de cirurgia.
Surgiu daí a idéia de usar óvulos animais para substituir óvulos humanos.
"Nós entendemos que o desenvolvimento de linhas de células-tronco embriônicas de indivíduos sofrendo de formas genéticas de desordens degenerativas vão estimular pesquisas básicas e o desenvolvimento de medicamentos novos para tratar essas terríveis doenças cerebrais", disse o cientista do King's College Stephen Minger.
Os pesquisadores inseririam material genético humano num óvulo bovino cujo material genético teria sido previamente removido. O seguinte passo seria criar um embrião com a mesma técnica usada na clonagem da ovelha Dolly.
O embrião resultante dessa fusão seria 99,9% humano, o único elemento bovino seria o DNA do exterior da célula. Tecnicamente, portanto, seria uma quimera, criatura parte humana, parte animal.
Em vez de deixá-los se desenvolver, os cientistas dizem que os destruiriam depois de seis dias, tempo que seria suficiente para a formação das células-tronco.
Os especialistas, então, retirariam o material genético e avaliariam a sua qualidade e a viabilidade de usá-lo como o material advindo de processos que empregam óvulos humanos.
Os cientistas também planejam examinar a forma como as células são reprogramadas depois da fusão a fim de saber se existem processos que podem ser reproduzidos em laboratório.
"Se nós pudermos aprender, a partir (da observação) do óvulo, como produzir células-tronco embrionárias sem ter de usar um óvulo animal, nós poderemos ser capazes de curar doenças como o mal de Parkinson ou doenças relacionadas à idade que estão criando um grande fardo para a sociedade", disse Lyle Armstrong, cientista que coordena os estudos sobre o embrião híbrido.
Mas para o Conselho Escocês de Bioética Humana as pesquisas violam a ética científica e os direitos humanos.
"Na história da humanidade espécies animais e humanas têm sido separadas", afirmou um representante do Conselho, Calum MacKellar.
"Nesse tipo de procedimento, você está misturando óvulos animais com cromossomos humanos num nível muito profundo e pode começar a minar toda a distinção entre humanos e animais" , acrescentou.
Par MacKellar, isso minaria a dignidade do ser humano.
Fonte: BBC

03 novembro 2006

Alzheimer, 100 anos: otimismo na ciência

Domínio dos processos moleculares deve resultar em novas drogas
No começo do século 20, uma paciente de 51 anos intrigava o neuropatologista alemão Alois Alzheimer com um quadro de perda de memória e delírios enciumados em relação ao marido. Ele pouco pôde fazer por ela em vida, mas ao estudar seu cérebro após a morte, descobriu um acúmulo de placas e emaranhados de proteína que viriam esclarecer um mal que acomete hoje mais de 20 milhões de pessoas no mundo. Há exatamente cem anos Alzheimer descrevia a doença que leva o seu nome e é considerada a causa mais comum de demência em idosos.
Por ano, cerca de 4,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com a doença neurodegenerativa, que começa apagando memórias recentes e evolui até destruir completamente o hardware cerebral, deixando o paciente sem lembrança nenhuma, podendo chegar à morte.
Um século depois da descoberta, a ciência já aprendeu muito sobre a biologia molecular da doença e pela primeira vez se refere a ela com uma ponta de esperança. O principal avanço foi entender como atuam duas proteínas fundamentais ao mecanismo, a beta-amilóide e tau, que às vezes são metabolizadas de um modo anormal, gerando um processo conhecido como 'cascata amilóide', que desencadeia o problema.
As placas de proteína se acumulam então entre os neurônios, fazendo com que as sinapses entre eles diminuam e as células morram. Além disso já foram encontrados genes ligados à disfunção das proteínas.
Mas, apesar de todo esse conhecimento, ainda não há cura nem tampouco prevenção ao mal que atinge cerca de 5% das pessoas com mais de 65 anos, e 20% daqueles com mais de 80 anos. 'Ainda temos dúvidas. A maior delas é que não conhecemos as ligações entre a beta-amilóide e a tau', escrevem os pesquisadores Michel Goedert e Maria Grazia Spillantini, da Universidade de Cambridge, na revista Science (www.sciencemag.org) de hoje, que faz um balanço do que a ciência já sabe da doença e aponta os desafios que ainda existem pela frente.
Por décadas, por se imaginar que a doença era rara e ocorria apenas entre pessoas de 50/60 anos, pouco se estudava sobre ela. Somente no final dos anos 60, quando se entendeu que as características encontradas por Alzheimer eram as mesmas presentes em vítimas de demência senil, houve uma extensão do conceito e as pesquisas se tornaram mais comuns.
'A partir da década de 90, houve um avanço extraordinário', afirma o neurologista Ricardo Nitrini, um dos coordenadores do Projeto Envelhecimento Cerebral da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo e que há 30 anos trata pacientes com a doença.
Ele conta que quando começou a lidar com a moléstia, quase não havia esperança. 'Hoje é possível ser otimista. Não digo que a cura virá para as pessoas que já estão apresentando a doença, mas talvez para os jovens de hoje, quando eles envelhecerem.' Enquanto isso, acredita Nitrini, podemos esperar por medicamentos que tratem os sintomas de modo mais eficiente ou que pelo menos adiem o surgimento deles para idades mais avançadas.
NOVAS TERAPIAS
De fato, as novidades não param de surgir. A Science traz outro artigo que mostra para onde estão caminhando as novas drogas. Erik D. Roberson e Lennart Mucke, do Instituto de Doenças Neurológicas da Universidade da Califórnia, contam que já estão sendo feitos testes clínicos com diversas estratégias para bloquear a formação das placas de beta-amilóide no cérebro e recuperar neurônios da degeneração.
Outros estudos, menos avançados, tentam criar drogas para atuar sobre a ação de uma outra proteína, a apolipoproteína E, que ajuda a agrupar a beta-amilóide em conglomerados e filamentos.
A dupla lembra que na década de 90, quando foram descobertos os processos envolvidos na produção da proteína beta-amilóide, muita gente imaginou que a cura para a doença de Alzheimer era enfim algo possível de alcançar. 'Um pequeno esforço para desenvolver um inibidor de protease e o fim estaria próximo. Hoje há um consenso de que múltiplas drogas serão necessárias.'
Já se sabe, por exemplo, que a doença atinge as pessoas de modos diferentes. Os medicamentos que já existem têm algum tipo de efeito em no máximo 60% dos pacientes. Os demais, ou não toleram a medicação ou não alcançam nenhum benefício com o tratamento.
'A necessidade de criar drogas com diferentes modos de ação e para regimes individualizados impõe desafios. É preciso uma melhor sinergia entre indústria e academia para melhorar a transição da identificação do alvo e o desenvolvimento de drogas', escrevem os autores. O objetivo principal é prolongar as habilidades cognitivas dos pacientes e manter sua qualidade de vida pelo maior tempo possível.
Mas enquanto a cura não vem, ganham espaço também pesquisas que defendem a prevenção, a partir de uma dieta equilibrada e exercícios regulares. Alimentação saudável a base de verduras, frutas, peixes e azeite de oliva parece colaborar para retardar o início da doença. Acredita-se que atividades físicas também desempenhem esse papel.
Fonte: O Estado S.Paulo

01 novembro 2006

Células-tronco e a fertilidade feminina

Muitas mulheres têm retardado a idade em que decidem ter filhos. Como a fertilidade diminui a partir dos 35 anos, e aos 45 poucas mulheres são férteis, muitas vezes elas descobrem que já não são férteis quando decidem engravidar. A redução da fertilidade se deve ao fato de as mulheres nascerem com um número fixo e limitado de óvulos imaturos que não são repostos ao longo da vida. Recentemente foi proposto que células-tronco presentes no sangue poderiam penetrar nos ovários e se transformar em óvulos. Se isso fosse verdade, seria possível utilizar tais células-tronco para prolongar a fertilidade feminina.
Mas um experimento recente sugere que a teoria provavelmente não é verdadeira.
Os cientistas utilizaram um camundongo fêmea transgênico no qual foi inserido um gene extraído de uma água-viva chamado “gene da proteína fluorescente verde”, que produz uma proteína fluorescente. Por esse motivo, todas as células desses camundongos brilham no escuro emitindo uma luz verde (parece o brilho de um interruptor no escuro) da mesma maneira que as águas-vivas de onde o gene foi retirado.
A cor permite identificar facilmente uma célula proveniente dos camundongos mesmo no meio de milhares de células normais.
Por meio de uma cirurgia, os cientistas conectaram fêmeas “verdes” a fêmeas normais e assim obtiveram pares ligadas uma à outra como gêmeas siamesas. Nessa operação os cientistas interligaram o sistema circulatório das duas provocando a mistura de seu sangue. Se examinarmos o sangue que circula nas fêmeas vamos encontrar uma mistura de células verdes e células normais. A cirurgia faz com que as células-tronco de cada uma delas entre em contato com o ovário da outra. Assim, se uma célula-tronco originária do sangue de uma fêmea verde penetrar no ovário da normal e vier a produzir óvulos, eles podem ser identificados por sua cor.
Após esperar meses para que as células possam ter a oportunidade de invadir os ovários, os cientistas examinam os óvulos produzidos pelas fêmeas normais à procura de óvulos verdes. Caso tivessem incorporado as células-tronco de suas parceiras e as células tivessem originado óvulos, os óvulos deveriam ser verdes. Quando os resultados foram analisados, os cientistas descobriram que em nenhum caso as fêmeas normais produziram óvulos verdes.
Ficou demonstrado que, ao menos em camundongos, a teoria de que células-tronco invadem os ovários e podem gerar novos óvulos caiu por terra. Parece que todos os óvulos produzidos pelas fêmeas já estavam nos seus ovários e que nenhum óvulo novo foi produzido pelas células-tronco que invadiram os ovários.
Quanto às mulheres, elas provavelmente podem perder a esperança de estender sua fertilidade com transplantes de células-tronco. Em vez de esperar uma solução biotecnológica para o problema, talvez seja hora de a sociedade criar mecanismos que permitam às mulheres conciliar seu desenvolvimento profissional com a necessidade biológica de ter filhos antes dos 35 anos.
Mais informações em Ovulated oocytes in adult mice derive from non-circulating germ cells, na Nature, volume 441, página 1.109, de 2006.
Fonte: O Estado S.Paulo